
Sentei na poltrona
peguei um copo d'água
e senti descer pelas veias
o líquido, existo.
Existo longe
perto, dentro
aqui.
E você já não está
Agora outra parte
outra história,
nova primavera
e as flores já vão surgir.
Até que cansadas
do Sol
vão caindo, uma a uma
até a nudez.
E o inverno de novo virá
o frio das almas
o vazio das ruas
e a cabeça congelada
E o ciclo torna-se ciclo
e contesto
diante das rugas do tempo
que sou outra.