quinta-feira, agosto 04, 2011

VONTADE DE IR PRA CHINA

Meu peito aperta
minhas mãos tremem
e já nem sei porque
inventei algum terremoto

Vontade de que?
morrer de novo?
solidão por favor me abraça
e dorme comigo sem pirraça

No espelho já não reconheço
nenhuma parte do meu corpo
nenhum toque do meu esforço
que há tempos lanço ao mar

E o Tsunami arrasa
minhas pilastras
minhas vontade de ser melhor
ecos de medo me assolam

Partir? Pra onde?
Talvez pra China
ser estrangeira
não mexer a língua.

Ficar imóvel
como estátua de bronze
e passar o chapéu em busca
de esmolas de amor.

Mandarim, beijos
de olhos orientes
sangues pelas fendas
paredes de cimento movediço

Enterro então os pés
e o cimento vira pedra
meu coração?
apenas uma alga
que vai e vem
com o movimento
da natureza
e entope as veias
da vida
que só queria que fosse
líquida.