domingo, outubro 23, 2011

RAIO DE SOL

Onda de multidões
palpites de mega sena
é só pra sonhar
com alguma coisa estranha

Mas afinal
o que é bom?
Em que tempo
se dão as coisas?

No ventre de um sentimento
na minha face
acuado entre as pernas
por de baixo do travesseiro

As coisas se dão a todo momento
e no meu peito, curvado
nasce uma forma
pra onde se vai?
Em que casa viveremos?

Estações partidas
em trens fora dos trilhos
vagões de ilusão
aqui, há um corpo

Que se fecha
como a vida das plantas
e desabrocha
pra qualquer raio de sol.

segunda-feira, outubro 17, 2011

CASA DAS HORAS

Afinal, não houve tempo
no final, eram só as horas
pedindo passagem
pro coração-barreira

Ela não sabia,
que o pedido,
eram os pedaços
os retalhos

E constroem-se casas assim?
De resto de horas?
Por falta de atenção
a varanda ficou torta

E a água acumulou-se
do lado esquerdo do coração
enchente de ponteiros
perdidos, marcando o passo

Talvez a casa móvel
de novo seja o porto
fazer o próprio tempo
inteiro, num pedaço só

Assim não falta nada
covarde, de novo
mal amada

Amor, só distraído
na praia
por poesia
esquecido

Não vai haver casa
enquanto não tivermos tempo
pra saber que o outro lado
é só mais um dos nossos inventos.

segunda-feira, outubro 03, 2011

S A L T O

De novo; novo?
Minhocas no tampo
cobras em curvas
corpo paralisado

Cortes fechados
ainda jorram sangue
amedrontados
corações saltam

Saltos para?
Saltos de?
Vai ou foge?
Pavor!

Calça de pijama
azul-claro-aflanelado
calor por favor
mudança de registros

Troca, novo
criação, radioatividade
tamanha força
da mudança de particulas

Então senta
olha para
aceita a forma diferente
você é outra

Salta, salta, salta
do barco na tormenta
mas cai sem quebrar nada
num pouso macio.