quinta-feira, junho 30, 2011

CONFUSAO

Tremer pelos limites
estar só
recuperar estruturas
porque se longe, amolecem

Um grande campo
estou ao meio
ponteiro da rosa dos ventos
epicentro do vulcão

Dá pra ser os dois
ao mesmo tempo
coragem, medo
conceito, só desejo

Como é mesmo
que constrói o futuro?
frustrações, comprometimento?
Pedreiro de tijolos moles

Onde é?

Quilometro 35
da ponta do banco de madeira

Qual era mesmo a árvore
que você queria?
Bananeira?

Inventa
Tudo é invenção
tudo é inventado
tudo é invento

leve sombra
da noite fria
prédios consomem energia
luzes
moças
crianças
homens pelados
nus

Todos nus
na hora em que deitam
mesmo que de pijamas de flanela

Todos nus quando fecham
as janelas do olhar
e olham
nem que seja
por uma fresta do sentimento

quarta-feira, junho 01, 2011

BICHOS

Falta de ar no peito
queima, sujeiras
das noites, solidões

Virulento
pus
pra fora
por dentro

Presas, leoas
brinquedos duros
cantigas antigas

Sono, logo cedo
ledo engano
mancebo

Meias
furos, rasgos
cortes horizontais

Cabeças penduradas,
corpos sem vida
fugidia

Um dia mais
um lugar encontrado
tempo sem ponteiros

Já se vão os bichos
nas arcas geladas
do abatedouro