quinta-feira, setembro 13, 2007

Lisboa-São Paulo, um ano depois











O avião se lança do Tejo em direção à Av. Paulista
Muitas horas de ansiedade pela chegada e dez horas de saudades da partida.
Minha cabeça turbilha, turbilha. Até que pouso.
A minha espera estão aqueles que sempre estarão
Eu, a espera de não sei o que.

Deito naquela cama que por muitos anos sonhei com tudo o que vivo agora
Desta vez sonho com aquilo que deixei no além-mar
Aqui, é hora de fazer o balanço de um ano.
Lá, a minha espera toda uma vida de realizações ainda por vir.

Quando molhei meus pés no Tejo, passei todo um ano
A explicar o porquê de lá ter fincado meus pés
Aqui, explico
O que fiz nesse um ano de banhos, conto histórias
A vida aqui está mais cara
O trânsito piorou, a qualidade do ar virou tosse crônica
E não tenho saudades dessa minha terra tão amada
Não tenho

Tenho é saudades da minha casa, daquela que eu construi
Com meus próprios tijolos, alguns mais duros que outros
Mas essa minha casa é móvel
Carrego onde quer que ande, onde quer que eu vá

Amei, desamei, fui amada e desamada
Agora aproveito a boa companhia que cá tenho
Estou sempre a espera,
Só que agora a de voltar para um lugar que se faz meu
De continuar a viver o meu sonho de menina
Que se concretiza feliz e duramente

Amo viver, mas amo mais é estar feliz
E sou feliz pela escolha do Tejo, sou
Daqui uns anos talvez volte a caminhar pela Paulista
Agora, só quero andar pelas Sete colinas












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