quarta-feira, outubro 01, 2008

Bola de fogo, lavra de vulcão



Sou pequena perto deste desejo
que tu soltas pelas ventosas,
minha pequena cavalo-marinho de fogo.

Sou enorme pela febre
que consome meu desejo
Gasta, gasta; e não acaba

Os deuses testemunham
esse calor que brota dos nossos olhos
Transformamos um dia frio em verão

Pegamos fogo, somos incendiárias
Chegamos a ser piromaníacas
Labaredas de prazer

Escorre do ventre lavra de vulcão
que em erupção palpita
sobre nossos sexos

Aboliremos os bombeiros
e águas que caem do céu
Mas deixemos o pássaro cantar

Da minha ou da sua janela
Será testemunha
Ocular

E agora,
que o vento se encarregue
Conduzirá o nosso fogo

Que a brasa não se apague
E difícil agora
é dormir sem me queimar

2 comentários:

Joana disse...

Os bons ventos continuam a soprar, alimentando o fogo...

Heloisa disse...

Que assim seja....