sábado, novembro 15, 2008

DESESPERO

DESESPERO I

Fome
Não quero comer
Pelos fios magros do meu corpo
adentraste meu desgosto
de saber que não há
como você alguém pra amar

Então pra que?
Escrever poemas?De que me servem?
Essas cabeças de gatos

Frio. 40 graus
limiares
simultâneos
dependência

Verde
vila
Ana
É tão pegajoso

Poesia-criolina
queima
arde
invade

DESESPERO II

Molecular
Era essa a palavra
que escapou
outro dia

Sinto
esse vai vem
que emana
do canto das sílabas

Curva
onda
oscilação
QUEBRA

Infinito
Escuro
úmido
Desespero, terceira vez

Que os cantos
deuses
orixás
celebrem
solo seco

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