segunda-feira, fevereiro 21, 2011

MANHÃ NO PARQUE
















Aqui tudo está tão iluminado, que mal consigo abrir os olhos. A poucos metros grandes árvores produzem uma sombra fresca, e por ser sombra, lá é mais escuro.

Gosto de estar onde estou. Logo, posso sentir muito calor e me recolher à sombra; posso sentir sede e beber água; posso cansar e ir embora. Posso ser tudo dentro desta vida que a vida me deu. E cada vez cabe mais. O caos ecoa.

Agora, dentro da casa aberta, cheia de vidros por onde entram todos os raios, os do calor e os da sombra, sinto que há muito espaço dentro e pra fora. Estas paredes de concreto delimitam que há espaço, por entre as brechas e a natureza. Há sempre muitos lados para olhar. Vejo todos eles andando por aí, com roupas dos anos 20, me torno sua contemporânea.

Só contemplo. E escrevo. Sinto. Será que é liberdade o que eu sinto? Algo me atravessa bem no peito, respiro mais ar. A luz que está sempre amarela, me faz manga. Amarela, quente, doce, lambuzada. E como gosto de estar aqui sozinha.

Farei agora deste lugar o meu recanto, meu jardim e meu lugar. Porque simplesmente me sinto muito bem aqui, como se já tivesse frequentado esta casa, quando Gregori Warchavchik e sua esposa aqui viviam.

Decido ir embora agora, mas com uma alegria tão grande de existir, que o sol me acompanha até a porta do prédio, para me dizer que estará aqui amanhã, quando eu quiser voltar e desfrutar de sua companhia. Agora só no final de semana, onde os homens agora modernos descansam. Até lá querido jardim!

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