quinta-feira, dezembro 21, 2006

O amor não é cego....


Confesso que durante estas tardes-noites que tenho passado, muita coisa tem entrado e saido da minha cabeça, muita coisa mesmo, que ela chega a fever em alguns momentos.
Nestes dias tenho visto e revisto alguns sentimentos e paixões. Talvez todo esse choque que vivo agora, tudo isso, entre desamores, solidão, saudade, impotência, medo, resume-se em uma palavra: falta. Estou vivendo o choque da pura falta. E por conta disso, vou ficando mais fria, mais dura, menos romantica, menos jovem, resumindo-se em: mais falta.
É por isso que cada vez mais o Artaud faz mais sentido pra mim, assim como quem me ensinou a gostar de Artaud. É que a luta dele pela sobrevivência começa a fazer agora eco. É mesmo duro sobreviver com tantas faltas de liberdade. O juizo de Deus esta realmente instaurado. O egoismo tornou-se um sentimento inato. E viver contra tudo isso é ser louco, é estar louco.
O corpo sem orgãos faz-se mais necessario. Agora entendo realmente o que significa o esvaziamento, ele é por demais doloroso.
E ainda sim, ainda com todo este sofrimento, com todas estas dores e desilusões, ainda sim amar é a unica saida e caminho viavel para que esse novo corpo que se constrói possa ser atravessado pelas melhores intensidades.
Alguns dirão que eu tudo isso, é porque vivo uma desilusão amorosa, mas mais e mais vou percebendo que nao se trata disso, e se trata também disso. Mais e mais o cartesianismo me enjoa e enerva, porque ele é burro. Trata-se tão simples quanto complexamente da totalidade do corpo. Ele é um só e assim que ele deve ser tratado e cuidado, o bom e verdadeiro cuidado de si.
Salve Artaud!!!!!

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