sexta-feira, maio 20, 2011

C A R I N H O

Carinho
quando foi que te pedi?
no dia em não me deste
Agora?

Deixa pra lá
não me serve assim
entre as mesas de marfim
amedrontadas na rua

O que fazes quando dão-te
o que não pediste?
Cospe? Guarda?
E quando pedes?

Fragilíssimo meu pedido
e tu, nem dá por isso
só quer o carimbo
no meu peito. negação

O que eu esperei
me rasga a decepção
vontade de beijar na boca
qualquer lábio que me dão

Mas não, melhor assim
colegas, estátuas duras e neutras
não quero fazer parte disso
minhas olheiras pedem cama

Sei das minhas companhias 
dos meus amores, das minhas vidas
música por todos os lados
você está nelas, mas não quer ouvir

Eu apago as canções?
não há papel, só na cabeça
apago a memória, a inspiração 
desperdicei nas suas curvas

Luta agora para ir 
as músicas já são minhas
e você míngua, míngua
até um dia deixar de existir 




 

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